quinta-feira, 2 de maio de 2013

As passarelas Conceituais, comerciais, e a criatividade.


Como tudo aqui no blog, além de explicar, costumo dar minha visão, mas primeiro vamos á base, para o entendimento do post: Passarela conceitual é aquela na qual peças fantasiosas aparecem. Aquelas peças que você sabe que não existe quem vá sair nas ruas com elas. Passarela comercial é aquela na qual o Estilista ou a loja mostram suas novidades, e como vai ser sua nova coleção. A passarela conceitual é sim tão importante quanto a comercial, pois mostra as tendências de uma forma interpretativa, que inspira as passarelas comerciais. Sim, sem os desfiles de MCQueen, e outros estilistas que colocam o surreal na passarela, provavelmente teríamos que ter outra fonte ditatória de tendências. Essa foi uma breve explicação pra você que ficava confuso quando via peças "alegóricas" em alguns desfiles.
O problema que eu venho reparando, é que há cada vez o maior desapego ao conceitual. Vejo a imaginação de alguns estilistas esvaindo-se pelo ralo, e dando espaço ao comércio. Sei que não tá fácil pra ninguém e sei que o ideal é um mix de produtos bem elaborado e encaixado, para que haja um equilíbrio na passarela, mas mesmo assim, seja no Dragão fashion, ou seja nas passarelas de Milão, identidades estão sendo perdidas, e já está na hora de chamarmos por elas novamente.

Eu gosto do luxo(como todas as mulheres), mas também é legal a interação e utilização de materiais diferenciados, e muitas vezes bem baratos, para a criação de coleções que são brilhantes aos olhos dos críticos de moda. Gosto de citar como exemplo mais próximo, a Faculdade Estácio Fic, em seu desfile de novos talentos(DFB 2013), que com poucas cores e peças até consideradas "simples"(veja que simples não é sinônimo de bem elaborada. Pois as peças estavam sim, perfeitamente coordenadas) conseguiu deixar todos de olhos brilhantes e satisfeitos, um segundo lugar muito merecido, um desfile radiante.

Acho que é necessário na cabeça de muitos que arriscam a passarela, voltar ao primário das ideias. Voltar ao centro do desejo, ao centro do lúdico, aonde a interpretação precisa ser feita, aonde as tendências podem "rimar" perfeitamente com as vontades, com o contexto no qual a coleção se dá. E vejo que principalmente, o simples pode ser explorado, porque afinal, quantos vestidos de copo descartável vemos por aí, e ficamos admirados? Quantas exposições feitas com sacos de lixo, resultam em looks com uma riqueza de artística indispensável?
Criatividade  é a palavra fundamental. Fazer o melhor de si, para que o aluguel da passarela(que para os que não sabem é acima de 5 mil, nos eventos mais renomeados do país). o seu nome, e a arte de fazer uma exposição viva em poucos minutos, valha à pena, de verdade.

São penas pensamentos de um a crítica de moda anônima.
Isabelle Pertenelli.

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